sábado, 13 de abril de 2013
Recomendações para a boa comunicação na igreja
· Comunicação é o ato de tornar comum uma informação. É passar a outros uma mensagem.
· O ser humano é, por essência, um comunicador.
· Aqui na igreja, existe o Ministério de Comunicação, que coordena a comunicação na igreja.
· Apesar de a atuação deste Ministério se aparecer mais na divulgação de programas e eventos da igreja, envolve também outros aspectos, como a orientação dos membros quanto ao falar e proceder na direção do culto.
· Falarei brevemente sobre algumas situações que poderemos evitar, com sugestões sobre a forma mais adequada de agir.
1. RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO
a. Elementos da Comunicação
1. Emissor – origem da mensagem, quem fala.
2. Mensagem – informação, conteúdo, texto.
3. Receptor – destino da mensagem, ouvinte.
4. Ruído – tudo que atrapalha a compreensão da mensagem
b. Ruídos na comunicação recorrentes em igrejas
1. De áudio
· Som mal ajustado, microfone mal posicionado, voz rouca, gritos, sussurros.
2. De imagem
· Inadequação na vestimenta, nos cabelos, na maquiagem, ou qualquer outra forma de apresentação visual que desvie a atenção da mensagem.
3. De linguagem
· Falar difícil demais, falar muito informalmente, gírias, expressões e vícios “igrejeiros”, jargões e erros gramaticais.
4. De receptor
· Ouvinte que conversa ao mesmo tempo, que não aceita a mensagem de “certo” emissor, que não permite que o Espírito Santo toque seu coração.
Nesse momento vamos nos ater apenas aos ruídos de som e de linguagem que podemos evitar.
2. RUIDOS SONOROS
· A maioria dos ruídos sonoros é de responsabilidade da equipe de sonorização.
· O que pode servir de orientação da igreja em geral é quanto à utilização dos microfones.
2.1 MICROFONE
a. Posição correta
· Às vezes, alguém está falando ao microfone, mas o som está baixo. A reação natural é supor que a falha é da equipe de sonorização. Porém, em muitas situações o posicionamento errado do microfone resulta em um som ruim, e isso prejudica a comunicação.
· A proximidade do microfone vai proporcionar um som bem captado. Se estiver próximo demais, nem o ajuste da sonoplastia irá resolver o som abafado. Se estiver afastado demais, a sonoplastia não poderá fazer muita coisa, pois se aumentar irá causar microfonia, o que é pior.
· Apesar de parecer um sorvete, o microfone não deve ser segurado como um.
· O microfone possui um ângulo de captação e a melhor forma de utilizá-lo é apontando-o para a boca.
· Quanto a distancia, o ideal para a voz falada em tom natural é que o microfone esteja afastado a cerca de quatro dedos da boca. Os cantores podem posicioná-lo em outras distancias conforme a dinâmica e o volume da música.
· Quando for testar um microfone, apenas fale. Bater danifica a cápsula de captação.
b. Cabos
· Os cabos não foram feitos para serem enrolados e nem chutados. Isso danifica tanto os cabos quanto os conectores.
3. RUIDOS DE LINGUAGEM
· Os ruídos de linguagem não tornam a mensagem imprestável. Eles podem ocasionar um erro na compreensão da mensagem.
· Deus aprecia o serviço bem executado. Se você foi convidado para falar numa parte do culto, para orar, para pregar ou para cantar, cuide para que não ocorram deslizes em sua participação.
· Não estamos zombando de quem quer que seja. Estamos propondo um cuidado maior com o culto e a adoração em comunidade.
3.1 EXPRESSÕES
a. Expressões inadequadas e vícios dispensáveis:
· Algumas coisas são ditas frequentemente na igreja e assim são aprendidas e repetidas.
· Frases e expressões que podem mal entendidas e que devem ser substituídas por outras que facilitam a compreensão
i. “Possa fazer”
· É um vício de linguagem que é completamente desnecessário. Por que dizer “Espero que os amigos convidados possam aceitar a Jesus” ao invés de “Espero que os amigos aceitem a Jesus”.
· Essa expressão fala da possibilidade e não da realidade. Os amigos convidados já podem aceitar a Jesus se quiserem. Nesse caso, poder não é tudo.
· Outro problema é que, dirigida a Deus, essa expressão lança dúvida sobre o poder de Deus. Deus já pode todas as coisas e não precisamos pedir que Ele possa coisa alguma. A frase “que Deus possa nos perdoar”, entendida literalmente, é quase uma blasfêmia.
ii. “de joelhos” / “de pé”
· Desde que tenhamos pernas completas, sempre estamos de joelhos e de pés, mesmo deitados.
· O ideal é usar os verbos ajoelhar e levantar.
· Pode-se também dizer “em pé”.
iii. “Entrada da plataforma”
· A plataforma, que é o palco, não vai entrar porque ela já está lá, fixa.
· Melhor é dizer: os componentes da plataforma, os dirigentes do culto, os irmãos que estarão na plataforma.
iv. “Hino de n° quatro, dois, sete”
· Hino não é de número. Hino é de música.
· Todo hino tem nome, é por este título que deve ser chamado.
· Ao mencionar o número do hino no hinário, fale sempre após o título e dizendo o número completo: “quatrocentos e vinte e sete”
v. “Bênçãos de encontro à necessidade”
· “De encontro” significa “chocar contra”.
· Melhor dizer bênçãos ao encontro da necessidade.
· Diga sempre ao encontro, para algo favorável.
vi. “e agora para começarmos o nosso culto”
· E comum presenciarmos situações em que a igreja já foi cumprimentada, oração já foi feita, louvores já foram cantados, e depois vai uma pessoa a frente e diz “para começarmos o culto... ”. O culto começa quando começam os serviços de adoração. Essa expressão deve ser evitada quando já tiverem acontecido outras partes do culto.
vii. “mesmo sendo poucos”
· Muitas vezes, especialmente nos cultos de quarta-feira, alguém vem à frente e diz, “mesmo sendo poucos, estamos aqui...”. E completamente desnecessário dizer isso, pois é como desconsiderar o valor de quem veio ao culto.
viii. “Bom dia e Feliz Sábado”
· Redundância que pode ser evitada, dizendo apenas uma das saudações.
· Outra coisa evitável é a repetição ao logo de todo o culto.
ix. “Não-adventistas”
· Expressão que dá a entender uma exclusão. Você já ouviu alguém dizer assim: “Este daqui é meu primo e este é meu não-primo?”.
· Melhor é dizer irmãos visitantes, amigos convidados, amigos especiais, ou outra expressão que denote inclusão e acolhimento.
x. “Visitas”
· O certo seria dizer visitante, mas o melhor é se referir a eles como dito anteriormente de forma mais acolhedora quanto possível.
b. Jargões desnecessários
· Jargões são palavras e expressões que pertencem a um determinado grupo.
· Precisam ser explicados para quem não é do grupo
i. “Pena inspirada” / “Espírito de Profecia”
· Não são erradas, quem não for desta igreja, não vai compreender a mensagem.
· Melhor é substituir por outras expressões como “Escritora Ellen White, co-fundadora desta igreja”.
ii. “Almas”
· “Foram batizadas mais de quinhentas almas”; “Sair para a conquista de almas”
· Para os que entendem “alma” como uma entidade separada do corpo e que sai dele quando a pessoa morre, falar em “conquista de almas” talvez possa configurar a intenção de proceder a essa separação, ou seja, praticar assassinato!
· Melhor substituir a palavra “alma” por “pessoa”, que é exatamente o sentido bíblico.
iii. “Mordomia”
· O entendimento comum de mordomia é inverso ao seu verdadeiro significado.
· Para facilitar a compreensão de todos, melhor é usar a palavra, fidelidade, serviço, compromisso, ou qualquer outra que se faça entender.
iv. “Dorcas”
· Nem todos conhecem a história bíblica de Tabita, mulher famosa por ajudar os necessitados.
· O nome correto do departamento é Assistência Social Adventista.
· Por que não se referir desse modo?
v. “Fazer o pôr-do-sol”
· Quem faz o pôr-do-sol é Deus. Para nós, ele somente acontece diariamente.
· O que fazemos é um culto no momento em que o sol se põe.
· Se não formos claros, quem nos entenderá?
c. Erros
· Ninguém é obrigado a ser um especialista em Língua Portuguesa, mas devemos cuidar sempre para evitar erros que choquem o público e simplificar a mensagem.
i. “Realçar ofertas”
· Às vezes, na intenção de enfeitar a nossa fala, acabamos cometendo graves erros.
· Já ouvimos, alguém que quis dizer “alçar as ofertas” falando “realçar” e até mesmo “desossar”.
· Realçar significa destacar, ressaltar, o que não tem nada a ver com o ato de ofertar e devolver o dízimo.
· Por que não dizer simplesmente: recolher ou receber?
ii. “Dizimar”
· O ato de devolução do dízimo é muitas vezes reduzido erradamente ao verbo dizimar.
· Dizimar significa exterminar, devastar, o que é completamente fora do contexto do ato de fidelidade a Deus.
· Simplesmente o correto é devolver o dízimo.
iii. “menas”
· O correto é sempre “menos”. Mesmo quando se refere a palavras femininas
· Menos pessoas, menos famílias, menos reuniões.
iv. “a gente vamos”
· Embora tenha o mesmo sentido de “nós”, ao querer dizer que “nós vamos”, o correto seria dizer “a gente vai”.
· É preferível dizer sempre “nós” e evitar dizer “a gente”.
3.2 ORAÇÃO PÚBLICA
· A oração em público deve ser diferente de uma oração particular.
· Devemos atentar para não cometer alguns deslizes que podem gerar incômodos.
· Devemos seguir os princípios
a. Espontaneidade
· Orar é falar com Deus. Assim, a oração deve ser espontânea como uma conversa.
· Cientes da santidade de Deus, a nossa espontaneidade não vai gerar irreverência.
· Não é bom que usemos frases feitas, tampouco palavras e expressões pomposas para que a igreja responda com um vigoroso amém.
· Preste atenção, se uma pessoa usa sempre as mesmas palavras todas as vezes que ora em público, fica evidente que não é espontâneo e sim a repetição de uma fórmula.
· O próprio Jesus nos disse: “E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa”. Mateus 6:7
b. Breve Duração
· Longas orações incomodam e devem ser restritas a momentos de devoção pessoal.
· O Manual da igreja traz a seguinte recomendação: “Cristo deu a entender a Seus discípulos que suas orações deviam ser breves, exprimindo exatamente o que desejavam, e nada mais. [...] Um ou dois minutos é tempo suficiente para qualquer oração habitual” (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 581).
c. Impessoalidade / Coletividade
· Quem profere uma oração pública fala a Deus representando o grupo reunido.
· Não se deve falar de situações e pedidos pessoais.
· Deve-se evitar o uso do “eu”, e preferir sempre dizer “nós”.
d. Objetividade
· Orações em público devem ser objetivas. Ou seja, deve cumprir o que se espera dela no momento do culto.
· Se é para iniciar o culto, deve pedir as bênçãos no culto; se é pelos pedidos de oração, devem ser mencionadas as petições da igreja; se é uma intercessão especial por alguém, que haja uma súplica em favor dessa pessoa
e. EXEMPLO DO PAI NOSSO
· Se a oração do Senhor fosse adaptada não atendesse a estes princípios como ela seria?
· Particularmente, podemos nos dirigir a Deus como gostamos, felizmente, Ele nos dá liberdade para isso. O Senhor Jesus nos deixou o exemplo de oração pública. E ele perfeitamente se encaixa nesses princípios citados.
4. CONCLUSÃO
a. Discernimento e Bom senso
· Precisamos sempre de bom senso no nosso proceder. Especialmente ao comunicar as bençãos de Deus.
· O dom espiritual de discernimento é a capacidade de rapidamente perceber a vontade de Deus. Podemos sempre pedir a Deus o discernimento para saber como agir e falar em todas ocasiões.
· “Que o seu falar seja sempre agradável e equilibrado”. Colossenses 4:6
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